• Nós por Cá

    quarta-feira, 3 de outubro de 2007

    Mamoa: uma remota presença

    Monumento histórico



    A mamoa não é nada mais que uma arquitectura sepulcral, pré-historica, cujo o material usado na sua construção é a pedra.
    Os vestígios mais remotos do homem no concelho de Murça referem-se à freguesia de Jou, que advém do ano 4000 a.C., através da presença de monuentos pré-históricos (mamoas), apresentando-se como construções tumulares neolíticas. São monumentos que serviam como interlocutores do além, aí se realizavam frequentemente cultos e cerimónias rituais.
    Para alem disso eram utilizadas para fins funerários, onde os chefes das comunidades agro-pastoris que viviam nas imediações e que se enterravam acompanhados de vários objectos rituais (placas com gravuras e pinturas, machados, elementos de adorno, como colares). A princípio seria usada durante cem anos, depois deste tempo a câmara da mamoa era selada com uma carapaça (estrutura de pedra).
    O nome mamoa teve origem na palavra Mama. A mamoa é uma cobertura em terra e pequenas pedras, de complexidade variável e no seu interior alberga uma construção megalítica maior, feita de lajes (xisto, granito ou quartzo). Esta construção também poderá ser designada por anta ou dólmen, sendo arquitectada por uma câmara simples ou então por uma câmara e um corredor de acesso.
    As comunidades neolíticas construíram e usaram os dólmenes todo o IVº e o inicio do 3º milénio a.C. ( 4000-2500 ) viviam em grupos sedentários, mas de curta duração ( 10 a 15 anos provavelmente), construindo cabanas de madeira e ramagens, preservando os grandiosos investimentos em construções duráveis, ou seja, para monumentos (templos) de enterramento.
    Os dólmenes representam a ocupação e a pertença de um território por um grupo humano de agricultores e pastores. Assim chegam à freguesia de Jou durante o IVº milénio antes de a.C.
    Até ao momento apenas se conhecem seis monumentos deste tipo, três dos quais apareceram relativamente isolados entre si, os outros três formam uma necrópole que se situa no lugar do Picoto.
    Os dólmenes que aparecem isolados possivelmente estariam acompanhados de outros, mas devido à prática agrícola nos últimos 4 milénios de ocupação humana nas terras de Jou, terão sido destruídos.
    As mamoas (dólmenes ou antas) situam-se numa área relativamente pequena, estas teriam uma posição privilegiada, visto que eram avistadas de longe.
    Este monumento indica-nos que as comunidades que habitaram a freguesia, já teriam em torno delas desflorestado e cultivado um grande número de terras, por isso pressupõe-se que este território fonte de subsistência agrícola e pastorícia já seria bastante disputado.
    As mamoas simbolizam as marcas de posse de certos territórios por parte de alguns grupos, representam a solidariedade tanto a quanto da sua construção como em monumentos fúnebres ou de culto entre pequenas comunidades.
    Cristina Serôdio
    • Comentários
    • Comentar via Facebook

    0 comentários:

    Enviar um comentário

    Item Reviewed: Mamoa: uma remota presença Rating: 5 Reviewed By: Admin
    Topo