Eu andei naquela escola e aquela escola perdura em mim
Gostaria muitíssimo mais de ver um lar de idosos ser transformado numa escola “primária” mas as coisas são como são ou como as fazem ser. As senhoras não têm filhos, por isto ou por aquilo, são dois e só querem um! Quem nos vem governando, numa visão estritamente economicista, nada faz para mitigar a desertificação do interior e parar o despovoamento, de regiões onde se forjavam (e forjam) pessoas valentes de bom intimo, pela rusticidade e pela beleza da paisagem. E, paisagens sem presença humana são montes ermos, fojos escuros e tenebrosos.
Um país pequeno como o nosso vai ficando pequenino, esticado em cordão, deixa de ser um retângulo para passar a ser uma tira geográfica a bordear a costa de cabeça no ar e corpo a cair no oceano, embravecido porque lhe tiraram toneladas de areias com as barragens e se não tem areia para se espraia brincando cerra os dentes e vem arranhar as rochas das falésias e saltar muralhas.
Nessa tira as gentes vivem amontoadas em escassez, a respirar o (mau) hálito, umas das outras, como animais encurralados num espaço limitado, perdem a harmonia no viver porque deixam de interagirem com a natureza livre e ampla que nos mostra a beleza das coisas simples que estão ao nosso alcance sem ser a troco de dinheiro.
O demónio, esse vil metal que condiciona homens e mulheres redutores, toscos até, que só vêm no curto prazo, mas infelizmente com poder decisório que decretam um fecha-fecha. Isto fecha! Aquilo fecha! Afinal são poucos votos! Fecha também! Fecha mais aquilo pra que serve!?
E eu caros conterrâneos, amigas e amigos, não sinto saudade sinto tristeza, muita tristeza! E raiva pela minha impotência!
Dinis Costa
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