Pergunta para o dia 14 de fevereiro: O melhor da vida!?
Quase, quase, quase tive uma namorada. Que tormento!
Quando quase, quase, se teve uma namorada, quase núbil, ferveu-se por dentro, enquanto se apresentava uma candura pasmada por fora. Ficou-se amarrado, naquele olhar, uma vida toda, em recordação condoída e pensamentos que sempre voltam.
Ah! Injustiça das injustiças, ficar a faltar só um niquinhinhinho... Que raio , mas porquê!? Quando aquela menina, ao passar, era um choque que aturdia ao primeiro olhar!
Ficava o nosso olhar, que vinha bem de dentro da nossa natureza, bloqueado primeiro, depois tímido a querer atrever-se naquele olhar que também olhava parado a fingir que fugia. Porque regressava ao nosso, com um risinho e uma vergonha marota. O nosso buliçoso, e pressentido olhava olhos nos olhos os dela que esperavam pelos nossos doces e meigos em tentação. Os nossos olhavam estarrecidos a fazerem-se e a refazerem-se nos dela. Amor puro em asseverações naquele olhar. Contemplava-lhe os cabelos sedosos e depois descia audaz, mas docemente, a cumprir a vontade cega, sob as ordens do desejo, ia parando aqui e ali a esmiuçar:
Aquele botão brilhante na filigrana branca de um fiozinho de rendinha sobre os seios, em explosão, a querer saltar a cada suspiro... Ai jesus! Depois deixava-se cair, muito suavemente, até à ponta dos pés, pequenos e alvos, para contemplar aquela beleza e graciosidade refletidas pelas chilenas de Verão que a calçavam enquanto a deixavam descalça. Chinelas marotas!
Rapidamente, porque o tempo urgia, dava um volteio em manobra de diversão para enganar outros olhares fiscalizadores, da consanguinidade e outros, que estavam por perto. Como se fosse possível uma paixão daquelas, fugir ao escrutínio de olhos sabidos e experientes!
Mas, logo, logo, voltavam e iam subindo, adoçando-se àquela luz hipnotizante a tornear a redondeza, das ancas, de um corpo jovem, carnudo e rijo: insinuava-se um leve trejeito muito discreto em contenção. Procurava os olhos dela para os ver falar. Parecia que diziam vem! Que felicidade aquela!
Ah! Como era tentação o apelo da vida....
Mas a timidez ou a falta de experiência, de quem não viveu, ou ainda a escassez de " jeito" ou, sabe-se lá o quê? Não foi além de uns esgares de segundos sentidos, muito crus, mais umas palavritas apressaditas, curtitas e inconsequentes...
O tempo correu e aquele olhar não pegou, não segurou, não beijou, não deu frutos, porque aqueles troncos nunca se encostaram em sentimentos. Aquela semente de vida não borbotou. Porquê!?
Quase ter é ...: tortura, ansiedade infinda que não se dissipa com o tempo. Nos momentos nostálgicos, onde sempre se vai tropeçar ao passado, recorrentemente regressa uma pergunta em noites de insónia, quando o pensamento em corrente se recusa a parar e não deixa que o amarrem e ainda nos leva . Ah! Se tivesse sido como seria?........
Os caminhos e os corações, tocavam-se, até parecia que se iam amarrar até à eternidade. Mas foi miragem enganadora, logro da natureza que connosco brinca, como e quando bem entende, dando-nos a entender que somos livres.
Correram com o tempo os caminhos da vida, a mando não se sabe de quem, deixaram de se ver, mas ficou sempre uma réstia de carinho e, o provérbio não resiste à corruptela: "longe dos olhos para sempre mas MUITO PERTO do coração".
E assim, aquele olhar, aquele corpo, aquele coração, que foi, existência nossa,-- e em dados momentos ainda quer ser--, deixou a nossa vida sem entrar nela...
...../....
Resposta: Namorar ao luar!
E, as namoradas tidas!?...
--Ah! Namoradas? Quem as não teve? Quem as não tem! Essas foram preciosidades nas nossas vidas guardadas com carinho, onde devem estar por direito, porque nos fizeram homens ardentes e felizes. Pertencemos-lhe e pertencem-nos um pouco para todo o sempre. E, assim, se vai ficando com golpes no coração continuando, no entanto, cheios de recordações ternurentas a pertencer uns aos outros pela vida fora...
Dizem que felizes são aqueles que ficam uma vida toda apaixonados pela mesma namorada: vivendo a vida com o pensamento no trabalho, comendo a horas certas, bocejando a remastigar a ceia, dormindo o sono dos justos e sempre vão amando o que a natureza clama: "Quem sabe consola-se!"
Quase todos vão ficando mais gordinhos até que surgem os primeiros cabelos brancos a despontar nas têmporas, porque os verdadeiros homens não escondem a idade por essa ser a arte da outra metade. O revérbero da barriguinha a fazer refego no cinto, tal qual coalho no acincho, dá-lhes um certo ar de felicidade, Assim, ai temos nós toda a verdade!
DSLC
Ps.: Mas um homem, para sua felicidade, necessita sempre de ter quatro mulheres: "Uma boa mãe; Uma boa Parteira; Uma boa professora primária; e Uma boa mulher (mãe de seus filhos"!
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