A droga é uma substância que vicia mas, a solidão quando se apodera do coração de alguém e lá cria raízes, torna-se num vício muito maior.
Solidão procura solidão e, quanto mais uma pessoa se isola, à medida que o tempo vai passando, mais isolada quer estar.
Quando as pessoas se apercebem que a solidão é a sua companhia, o rosto entristece, a alma desvanece, um forte pesar parece invadir o pensamento.
Tantas são as pessoas vítimas da solidão mas, principalmente, as mais idosas.
Nas aldeias, a solidão é factor predominante, a freguesia de Jou não escapa a esta situação.
Como habitante da freguesia posso testemunhar como a solidão é um sentimento que causa mal-estar, principalmente nos idosos. No largo do Toural, situado no bairro de Cimo de Vila, juntam-se nos dias de sol, alguns idosos para se distraírem um pouco. Mas, quando a noite se aproxima e são “obriga dos” a regressar a casa, os seus rostos entristecem, por ter de enfrentar mais um momento de solidão.
Para saber na íntegra como é a vida de alguém que convive com a solidão, dias e dias sem fim, resolvi questionar um idoso desta freguesia.
O Sr. António Bernardino tem oitenta e oito anos, é viúvo, mora no bairro de Cimo de Vila e não tem filhos.
Solidão procura solidão e, quanto mais uma pessoa se isola, à medida que o tempo vai passando, mais isolada quer estar.
Quando as pessoas se apercebem que a solidão é a sua companhia, o rosto entristece, a alma desvanece, um forte pesar parece invadir o pensamento.
Tantas são as pessoas vítimas da solidão mas, principalmente, as mais idosas.
Nas aldeias, a solidão é factor predominante, a freguesia de Jou não escapa a esta situação.
Como habitante da freguesia posso testemunhar como a solidão é um sentimento que causa mal-estar, principalmente nos idosos. No largo do Toural, situado no bairro de Cimo de Vila, juntam-se nos dias de sol, alguns idosos para se distraírem um pouco. Mas, quando a noite se aproxima e são “obriga dos” a regressar a casa, os seus rostos entristecem, por ter de enfrentar mais um momento de solidão.
Para saber na íntegra como é a vida de alguém que convive com a solidão, dias e dias sem fim, resolvi questionar um idoso desta freguesia.
O Sr. António Bernardino tem oitenta e oito anos, é viúvo, mora no bairro de Cimo de Vila e não tem filhos.
JOUENSE (J): Há quantos anos vive sozinho?
António Bernadino (AB): Vivo sozinho desde o ano de 1972, ou seja, há cerca de trinta e três anos.
J: O Senhor passa os dias em casa ou ainda sai à rua?
AB: Apesar de estar um pouco já debilitado ainda vou de vez em quando à rua.
J: Na rua costuma encontrar outros idosos?
AB: Encontro-os muitas vezes.
J: O que fazem? Sentam-se a falar um pouco?
AB: Sim, sentamo-nos para falar.
J: Não querendo estar a ser intrometida, diga-me qual é o tema das vossas conversas?
AB: Falamos do tempo em que éramos Jovens.
J: Quando começa a anoitecer regressa a casa. Como passa a noite?
AB: Sozinho, infelizmente. A noite parece infinita.
J: Como última questão gostaria de saber como se sente por viver sozinho?
AB: Como acha que me posso sentir? Triste é claro. Digo-lhe mais, viver sozinho é a vida mais triste que pode existir. É necessário ter alguém por companhia. Se de noite fico doente não há ninguém que me valha.
António Bernadino (AB): Vivo sozinho desde o ano de 1972, ou seja, há cerca de trinta e três anos.
J: O Senhor passa os dias em casa ou ainda sai à rua?
AB: Apesar de estar um pouco já debilitado ainda vou de vez em quando à rua.
J: Na rua costuma encontrar outros idosos?
AB: Encontro-os muitas vezes.
J: O que fazem? Sentam-se a falar um pouco?
AB: Sim, sentamo-nos para falar.
J: Não querendo estar a ser intrometida, diga-me qual é o tema das vossas conversas?
AB: Falamos do tempo em que éramos Jovens.
J: Quando começa a anoitecer regressa a casa. Como passa a noite?
AB: Sozinho, infelizmente. A noite parece infinita.
J: Como última questão gostaria de saber como se sente por viver sozinho?
AB: Como acha que me posso sentir? Triste é claro. Digo-lhe mais, viver sozinho é a vida mais triste que pode existir. É necessário ter alguém por companhia. Se de noite fico doente não há ninguém que me valha.
No fim desta entrevista o Sr. António Bernardino agradeceu-me, de uma forma carinhosa, por ter vindo a sua casa. O dia tinha estado chuvoso e ainda não tinha saído à rua. Agradeceu também por ter escutado as suas mágoas que, há muito, sente por viver sozinho.
Cristina Serôdio
Cristina Serôdio
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