No passado sábado, dia 19 de Maio, as populações da Freguesia de Jou viram, em pouco mais de uma hora, perder cerca de 70 a 80 por cento das suas plantações agrícolas, resultado de uma tromba de água, trovoada e chuva de granizo que caiu ao final da tarde deste dia. Também vários caminhos agrícolas e estradas dos vários bairros estiveram condicionados.
A queda de granizo foi tão intensa que, segundo alguns populares, eram visíveis “pedras do tamanho de ovos” ocorreu entre as 17:00 e as 18:00 horas do fatídico sábado, devastando quase por completo as produções de cereal, vinha, cereja, maça, pêra, batata e castanha.
Para além das perdas registadas nas várias culturas e produtos hortícolas, também se registaram grandes prejuízos nos bairros de Cimo de Vila, Aboleira, Rio, Banho, Penabeice, Mascanho e na área envolvente ao Santuário de Santa Isabel.
Alguns minutos depois, uma equipa da Protecção Civil coordenada pelo vice-presidente da autarquia José Maria Costa esteve no local e os serviços municipais efectuaram um levantamento dos prejuízos causados.
250 agricultores afectados
Perante esta situação de calamidade vivida em Jou, João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça pediu uma compensação imediata, ao Governo, no valor de um milhão e cem mil euros, de modo a ajudar os agricultores da freguesia atingidos pelo temporal.
Dos números revelados, apuramos que aproximadamente duzentos e cinquenta agricultores viram as suas colheitas dizimadas pela intempérie, numa área agrícola a rondar os 200 hectares.
Na manhã da segunda-feira seguinte, muitos dos agricultores e populares ainda faziam contas à vida, e o objectivo agora era “salvar as colheitas que ainda poderiam ser salvas”.
Com este intuito, na cantina da Escola Primária, autarcas e técnicos reuniram com os lavradores com o objectivo de se esclarecerem algumas dúvidas surgidas. Foram aconselhadas algumas medidas como o tratamento a dar aos pomares e podas adequadas à vinha fustigada.
Para minorar os estragos no final deste plenário, por cada hectare atingido pela intempérie, foram distribuídos três litros de adubo líquido, à base de cálcio. Com a aplicação deste produto pretende-se que este funcione como um choque vitamínico para as plantas, permitindo a sua cicatrização para que logo de seguida estas possam voltar a rebentar.
Em alguns terrenos afectados foram ainda realizadas algumas demonstrações pelos técnicos da DRAP-N e do Centro de Estudos Vitivinícolas do Douro e do CEVD de Lamego, algumas medidas que no entender dos lavradores foram bem vindas.
Lavradores sem seguro agrícola
É do conhecimento público que na freguesia e até mesmo em toda a região, uma grande parte dos lavradores designados como pequenos agricultores não possuem qualquer tipo de seguro, um facto que se deve aos baixos rendimentos auferidos pelas populações, o que torna insuportável o pagamento de qualquer tipo de seguro agrícola.
Neste contexto, no final desta sessão de esclarecimento, Carlos Guerra, Director da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, apelou através do nosso boletim para que futuramente os agricultores façam seguros para as suas colheitas, de modo a prevenir futuras intempéries, salientando que “os seguros agrícolas são fortemente subsidiados, pelo Estado, em 75% e julgo que os agricultores deveriam aderir ao mesmo”.
Técnicos do Ministério da
Agricultura avaliaram estragos
Os técnicos da DRAP-N estiveram no terreno logo na manhã seguinte à intempérie a avaliar os prejuízos causados pela queda de granizo nas plantações e caminhos agrícolas da freguesia.
Segundo os dados disponibilizados no relatório desta avaliação, entre 100 a 150 hectares de terrenos agrícolas foram afectados. Assim, os técnicos mencionaram que as culturas mais afectadas foram os castanheiros (80 hectares), vinha (20 hectares), macieiras (20 hectares), olival (20 hectares), cerejeiras (6 hectares) e pessegueiros (2 hectares).
Os técnicos que percorreram todos os terrenos afectados, revelaram ainda que se verificou a destruição quase total de pequenas hortas familiares e alguns arrastamentos de terras.
População nem queria acreditar
Foi perante o olhar impotente de muitos populares, que a forte chuva de granizo dizimou as colheitas, criando agora na freguesia “um problema social”. Esta situação surge pelo facto de muitos agricultores terem perdido com esta tempestade o seu meio de subsistência, e muitos até perderam a sua habitual “jeira”.
Quanto a esta questão, a autarquia adiantou estar atenta a esta situação e promete continuar a sensibilizar os órgãos governamentais para que seja atribuída uma “ajuda financeira” para minorar os problemas que daqui em diante e face a esta intempérie possam surgir.
Para além dos vários prejuízos verificados nos terrenos agrícolas, a intempérie deixou marcas noutros locais da freguesia.
No bairro de Cimo de Vila, apuramos que o muro que suporta a rede de vedação do polidesportivo ruiu. Neste bairro registaram-se ainda pequenos problemas com a infiltração de água em algumas habitações e nem a padaria local resistiu a uma pequena inundação.
No bairro de Aboleira, para além das inundações bem patentes nos terrenos agrícolas, uma forte ribeira galgou a estrada de ligação entre Freiria e Aboleira, deixando esta via condicionada ao tráfego.
Idêntico cenário verificou-se no bairro do Rio onde a estrada de ligação entre a Freiria e este bairro também foi invadida por muita água e lama.
No bairro de Penabeice, o rio de Curros transbordou as margens levando à submersão da ponte de ligação a Jou durante alguns minutos, causando o condicionamento desta via. No dia seguinte ainda se transitava com alguma dificuldade nesta estrada devido a muita terra e pedras que a água arrastou.
No bairro da Granja para além da já habitual inundação sempre que chove no seu caminho de acesso (Curros), verificamos balas de aproximadamente 50 centímetros num batatal, e terrenos submersos com aproximadamente um metro de água de altura (foto da capa).
Já no Santuário de Santa Isabel, registou-se o desabamento de um muro que por coincidência tinha sido construído recentemente para melhorar este espaço.
Um pouco por toda a freguesia verificaram-se estragos em diversos caminhos agrícolas que ficaram intransitáveis, uma situação que foi resolvida nas horas e dias seguintes à intempérie pelos serviços municipalizados e pela Junta de Freguesia de Jou.
Testemunhos
A queda de granizo foi tão intensa que, segundo alguns populares, eram visíveis “pedras do tamanho de ovos” ocorreu entre as 17:00 e as 18:00 horas do fatídico sábado, devastando quase por completo as produções de cereal, vinha, cereja, maça, pêra, batata e castanha.
Para além das perdas registadas nas várias culturas e produtos hortícolas, também se registaram grandes prejuízos nos bairros de Cimo de Vila, Aboleira, Rio, Banho, Penabeice, Mascanho e na área envolvente ao Santuário de Santa Isabel.
Alguns minutos depois, uma equipa da Protecção Civil coordenada pelo vice-presidente da autarquia José Maria Costa esteve no local e os serviços municipais efectuaram um levantamento dos prejuízos causados.
250 agricultores afectados
Perante esta situação de calamidade vivida em Jou, João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça pediu uma compensação imediata, ao Governo, no valor de um milhão e cem mil euros, de modo a ajudar os agricultores da freguesia atingidos pelo temporal.
Dos números revelados, apuramos que aproximadamente duzentos e cinquenta agricultores viram as suas colheitas dizimadas pela intempérie, numa área agrícola a rondar os 200 hectares.
Na manhã da segunda-feira seguinte, muitos dos agricultores e populares ainda faziam contas à vida, e o objectivo agora era “salvar as colheitas que ainda poderiam ser salvas”.
Com este intuito, na cantina da Escola Primária, autarcas e técnicos reuniram com os lavradores com o objectivo de se esclarecerem algumas dúvidas surgidas. Foram aconselhadas algumas medidas como o tratamento a dar aos pomares e podas adequadas à vinha fustigada.
Para minorar os estragos no final deste plenário, por cada hectare atingido pela intempérie, foram distribuídos três litros de adubo líquido, à base de cálcio. Com a aplicação deste produto pretende-se que este funcione como um choque vitamínico para as plantas, permitindo a sua cicatrização para que logo de seguida estas possam voltar a rebentar.
Em alguns terrenos afectados foram ainda realizadas algumas demonstrações pelos técnicos da DRAP-N e do Centro de Estudos Vitivinícolas do Douro e do CEVD de Lamego, algumas medidas que no entender dos lavradores foram bem vindas.
Lavradores sem seguro agrícola
É do conhecimento público que na freguesia e até mesmo em toda a região, uma grande parte dos lavradores designados como pequenos agricultores não possuem qualquer tipo de seguro, um facto que se deve aos baixos rendimentos auferidos pelas populações, o que torna insuportável o pagamento de qualquer tipo de seguro agrícola.
Neste contexto, no final desta sessão de esclarecimento, Carlos Guerra, Director da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, apelou através do nosso boletim para que futuramente os agricultores façam seguros para as suas colheitas, de modo a prevenir futuras intempéries, salientando que “os seguros agrícolas são fortemente subsidiados, pelo Estado, em 75% e julgo que os agricultores deveriam aderir ao mesmo”.
Técnicos do Ministério da
Agricultura avaliaram estragos
Os técnicos da DRAP-N estiveram no terreno logo na manhã seguinte à intempérie a avaliar os prejuízos causados pela queda de granizo nas plantações e caminhos agrícolas da freguesia.
Segundo os dados disponibilizados no relatório desta avaliação, entre 100 a 150 hectares de terrenos agrícolas foram afectados. Assim, os técnicos mencionaram que as culturas mais afectadas foram os castanheiros (80 hectares), vinha (20 hectares), macieiras (20 hectares), olival (20 hectares), cerejeiras (6 hectares) e pessegueiros (2 hectares).
Os técnicos que percorreram todos os terrenos afectados, revelaram ainda que se verificou a destruição quase total de pequenas hortas familiares e alguns arrastamentos de terras.
População nem queria acreditar
Foi perante o olhar impotente de muitos populares, que a forte chuva de granizo dizimou as colheitas, criando agora na freguesia “um problema social”. Esta situação surge pelo facto de muitos agricultores terem perdido com esta tempestade o seu meio de subsistência, e muitos até perderam a sua habitual “jeira”.
Quanto a esta questão, a autarquia adiantou estar atenta a esta situação e promete continuar a sensibilizar os órgãos governamentais para que seja atribuída uma “ajuda financeira” para minorar os problemas que daqui em diante e face a esta intempérie possam surgir.
Para além dos vários prejuízos verificados nos terrenos agrícolas, a intempérie deixou marcas noutros locais da freguesia.
No bairro de Cimo de Vila, apuramos que o muro que suporta a rede de vedação do polidesportivo ruiu. Neste bairro registaram-se ainda pequenos problemas com a infiltração de água em algumas habitações e nem a padaria local resistiu a uma pequena inundação.
No bairro de Aboleira, para além das inundações bem patentes nos terrenos agrícolas, uma forte ribeira galgou a estrada de ligação entre Freiria e Aboleira, deixando esta via condicionada ao tráfego.
Idêntico cenário verificou-se no bairro do Rio onde a estrada de ligação entre a Freiria e este bairro também foi invadida por muita água e lama.
No bairro de Penabeice, o rio de Curros transbordou as margens levando à submersão da ponte de ligação a Jou durante alguns minutos, causando o condicionamento desta via. No dia seguinte ainda se transitava com alguma dificuldade nesta estrada devido a muita terra e pedras que a água arrastou.
No bairro da Granja para além da já habitual inundação sempre que chove no seu caminho de acesso (Curros), verificamos balas de aproximadamente 50 centímetros num batatal, e terrenos submersos com aproximadamente um metro de água de altura (foto da capa).
Já no Santuário de Santa Isabel, registou-se o desabamento de um muro que por coincidência tinha sido construído recentemente para melhorar este espaço.
Um pouco por toda a freguesia verificaram-se estragos em diversos caminhos agrícolas que ficaram intransitáveis, uma situação que foi resolvida nas horas e dias seguintes à intempérie pelos serviços municipalizados e pela Junta de Freguesia de Jou.
Testemunhos
José Rodrigues
(Produtor /agricultor afectado)
“Tenho um souto com 350 castanheiros que, no ano passado, produziram cerca de nove toneladas de castanha e, depois desta trovoada, não vou ficar com nada” (…)
0 comentários:
Enviar um comentário