Se os cantadores não vêm até nós vamos nós ate aos cantadores. E, julga-se que quem for viverá e, reviverá.
Reis são Janeiras que o povo canta/cantava, de rua em rua de porta em porta, porque as noites são/eram longas e a terra pede/pedia poucos braços folgados.
Cantar os reis é cantar tradições dos povos o que se recebeu e fica quando cada um de nós parte. É cantar o que foi e vai construindo o jogo da memória e do esquecimento, a cultura. Ir cantar os reis é ir ao encontro de quem está esperando em silêncios noturnos e escutas atentas, é levar vozes e sopros de vidas, é cada um fazer parte de todos, é percorrer ruas, caminhos e becos, noutros tempos lamacentos, em passos cautelosos de vultos que se revelam na voz, num magote fraterno ordenado: junto a portadas e paredes, nos pátios, e nas primeiras escaleiras ou à entrada das varandas.
Varandas nossas, transmontanas, que olhavam para lado nascente e para sul para receberem a dádiva do beijo solar pela manhã e seus afagos de vida pelo dia dentro. Varandas que são e eram o dentro e o fora, o privado e o público, o nosso e o de todos….
Aproximavam-se vozes melódicas que saúdam/saudavam, que acordavam silêncios em noites frias, que são/eram estima e consideração por quem está lá dentro. Vozes que eram bilhete de identidade.
“Inda agora aqui cheguei
Mal pus o pé na escada
Logo o meu coração disse:
Aqui mora gente honrada….”
Havia honra naquelas casas.
Mas, agora, na minha terra há casas sem gente dentro, casas cheias de vazios, tristes, casas moribundas, nostálgicas, esventradas até de recordações vivas, casas cheias de silêncios que foram algazarras de animais e gente,… em tais recordações até as aranhas abandonaram a vigia das teias por si tecidas com propósitos….
Reis são Janeiras que o povo canta/cantava, de rua em rua de porta em porta, porque as noites são/eram longas e a terra pede/pedia poucos braços folgados.
Cantar os reis é cantar tradições dos povos o que se recebeu e fica quando cada um de nós parte. É cantar o que foi e vai construindo o jogo da memória e do esquecimento, a cultura. Ir cantar os reis é ir ao encontro de quem está esperando em silêncios noturnos e escutas atentas, é levar vozes e sopros de vidas, é cada um fazer parte de todos, é percorrer ruas, caminhos e becos, noutros tempos lamacentos, em passos cautelosos de vultos que se revelam na voz, num magote fraterno ordenado: junto a portadas e paredes, nos pátios, e nas primeiras escaleiras ou à entrada das varandas.
Varandas nossas, transmontanas, que olhavam para lado nascente e para sul para receberem a dádiva do beijo solar pela manhã e seus afagos de vida pelo dia dentro. Varandas que são e eram o dentro e o fora, o privado e o público, o nosso e o de todos….
Aproximavam-se vozes melódicas que saúdam/saudavam, que acordavam silêncios em noites frias, que são/eram estima e consideração por quem está lá dentro. Vozes que eram bilhete de identidade.
“Inda agora aqui cheguei
Mal pus o pé na escada
Logo o meu coração disse:
Aqui mora gente honrada….”
Havia honra naquelas casas.
Mas, agora, na minha terra há casas sem gente dentro, casas cheias de vazios, tristes, casas moribundas, nostálgicas, esventradas até de recordações vivas, casas cheias de silêncios que foram algazarras de animais e gente,… em tais recordações até as aranhas abandonaram a vigia das teias por si tecidas com propósitos….
Dinis Costa
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