Por estes dias as TERRAS DE JOU vivem uma azáfama, com as segadas...
Era duro o trabalho nestas terras devido à enorme extensão dos campos a ceifar (chegavam a levar duas horas para segar os dois ou três regos de um extremo ao outro do campo) e à falta de sombras que pudessem proteger do sol escaldante. Deste modo, até a refeição do meio-dia (o “jantar”) era realizada ao sol, devido à falta de árvores. Por outro lado, era frequente o patrão contratar um “picador”, ou seja, um segador experiente que serviria para “picar” ou espicaçar o pessoal, levando-os a segar mais depressa.
Hoje em dia já tudo é diferente, muitos desses campos estão ao abandono, e a segada está praticamente mecanizada. Com toda a evolução ouvem-se ao longo destes dias os motores e tractores.
A falta de mão-de-obra, humana e animal, fez com que já quase não se dê conta. Agora, as malhadeiras vão às leiras e lá fazem a malha. Um tractor traz a palha e outro as sacas do centeio. O que se ganhou? Ganhou-se tempo e esforço. O que se perdeu? O convívio, a alegria, os namoros que se arranjavam entre as que escolhiam a palha e os que a levavam ao palheiro… Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, dizia o nosso Camões. A memória vai registando e, de vez em quando, provocada pelo que se fala ou vê, traz ao presente o que se viveu.
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