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    domingo, 11 de setembro de 2005

    As segadas, tradição já não é o que era…

    Estamos em Julho, um tom dourado reluzente invade a paisagem da freguesia de Jou, esta imagem faz-nos lembrar os cabelos louros de uma criança ao sabor do vento.
    Como diz o ditado popular “Em Julho, ceifo o trigo, o debulho e em o vento soprando o vou limpando”, e é isso mesmo que está acontecer nesta pacata aldeia, as searas estão maduras, as segadeiras que agora substituem a força dos braços humanos, segam o centeio ou trigo.
    Agora todo este processo é mais fácil e mais rápido, somente com uma máquina sega e ao mesmo tempo separa a palha do grão.
    Navegando numa viagem ao passado, relembramos homens e mulheres com uma seitoura mas mãos, onde iam segando do amanhecer ao anoitecer. Apesar do esforço físico que faziam ao segarem, a alegria não esmorecia, em alta voz cantavam as cantigas das segadas.
    Para além da árdua tarefa de segarem, um pequeno grupo de atadores, atavam os molhos de trigo ou centeio.
    Depois de já terem segado, juntavam os molhos num tendal para curarem. Ao fim de quinze dias eram transportados em carros de bois para as eiras, onde, com malhos, (objecto construído em madeira) malhavam o trigo ou o centeio, neste processo duro, o rosto dos homens cobria-se de suor.
    No fim quando o tempo permitia, ou seja, quando parecia o vento, limpava-se o grão, separando-o das pequenas impurezas. Para terminar toda esta azáfama, as eiras eram varridas pelas mulheres, com vassouras feita de codescos.
    Todo este ciclo se perdeu no tempo, com a chegada das máquinas, agora todo este trabalho torna-se mais simples e rápido.

    Cristina Serôdio
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