Os lugares são significativamente belos porque são sentidos: nossos, parte de nós. São igualmente belos porque são longe, os lugares são mundo, natureza, sacralidade, porque visitados a espaços, em caminhada de romeiro/a:
Penabeice - Rio da comunidade
O meu acordar- de sonho imaginado
(…) Um olhar bate na montanha em frente e esbarra, na fraga do gralho, água ferrada das entranhas, magoa-se na primeira luminosidade, e saltita para o vale cinhoso, escorrega e vê fiapos de neblina matinal que suspensos flutuam sobre rio que se contorce, em curva distante, para passar a roçar o espigão do afloramento rochoso que vem do castelo espetar-se quase na outra margem. Simbólico de rocha dura natural que é miragem, similaridade do entendimento, de um olhar rasante de ombro esquerdo seminu. Memória cultural, toda a terra digna da sua história tem um, ou presume ter, onde a segurança é sonhada (…)
Um acordar embriagado de sonho
“…. testemunho, o sentir como tu lhe chamas, pois a minha terra natal para mim passou a ser apenas uma referência, um refúgio... pouco tempo lá vivi e poucas vezes lá vou, no entanto, achei engraçado porque sempre que lá vou, não se passa uma manhã em que o ritual não aconteça: Ensonada, vou até à varanda, esfrego os olhos... e encostada ao gradeamento fico longos tempos a observar os montes, o rio, correndo com o olhar em todas as direções a pensar não sei o quê... (e isto todos os dias).” Parabéns a todos/as
Dinis Costa
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